domingo, 9 de outubro de 2016

Duzentos e cinquenta e oito

Este fim de semana era para ser um fim de semana agitado profissionalmente.
No fim as possibilidades caíram uma a uma e o sábado ficou com evento, domingo absolutamente livre.

Várias coisas acontecendo na cidade, várias eu gostaria de ter conferido pessoalmente.

Mas não fui em nenhuma. Foda-se. Cadê novidade?



Sabe, eu não tenho absolutamente ninguém para conversar. NINGUÉM.

Também não posso escrever em meu caderno (pense em um troço desatualizado), pq casar novamente me tirou isso: a liberdade de escrever em um caderno, colocar as ideias no lugar, organizá-las.

Conversar com alguém, especialmente por escrito tem esse poder em mim: Organizar as ideias.

Nem sempre faço questão da opinião do colega, apenas é importante que ele saiba ouvir, sabe? Como terapia. Às vezes você só precisa mesmo se escutar dizendo para entender.

(então não me venha com "digitando" se eu nem acabei de falar,caraio)

Então em parte pq ninguém está interessado em mim e meu mimimi, em parte pq não sei pedir ajuda, em parte pq meu casamento está acabado, em parte pq não tenho privacidade e paz de espírito, em parte pq já não escrevo mais porra nenhuma... por tudo isso e mais um pouco, estou bem destruída.

Não se se a palavra é destruída pq estou aqui e sigo vivendo, ao menos funcionando. Mas tá tudo bem ruim.

Mas tem lado bom: Não dizem que depois que você chega lá no fundo do poço só resta a subida? pois é.
E sabe pq é assim? Pq você chega lá na lama do poço e deixa de ter expectativas de melhorar :D

E quem sabe mesmo da vida sabe que qquer coisa que a gente escolha para criar é melhor que criar expectativa .

Esperar que o outro entenda você (mesmo depois de qse uma década), esperar que a pessoa entenda pq você está magoada, ou ao menos tenha conhecimento de que você dormiu chorando, esperar que não te zombem pelas suas sensibilidades, esperar que te digam seus pontos fortes, que te achem bonita nas particularidades que só um casamento mostra. esperar, esperar, esperar.

(Sério, eu queria viver assim, CAGANDO para tudo. Tem quem chame de leveza, tem quem chame de egoísmo, tem quem chame de retardo mesmo) 

Acabo me irritando com essa falta de percepção, sabe? Se você não senta e não explica exatamente pq se ofendeu, pq chorou, a pessoa não entende. E mesmo explicando, a chance de a pessoa não entender é enorme, pq né? O egoísmo corre solto, então como ser empático, como se colocar no lugar do outro e entender como ele se sente? No máximo você consegue um "desculpe" bem sem vontade e com sorte 24 horas melhores.

Me chamam de "nervosinha", mas sou ansiosa.
Me chamam de "pesada", mas ninguém quer saber pq, o que me "pesa".
Me chamam de tudo, mas na verdade sou apenas infeliz.

Só queria ficar sozinha mesmo, só queria alguém que se importasse mesmo comigo, que gostasse de mim de verdade e com quem eu pudesse apenas conversar.

(Gostar de mim MESMO, não dizer "Pq você é tão bonita?", frase que por si só já diz o quão insuportável sou)

Minha auto estima está tipo no lixo, por outro lado a dela parece cada vez melhor, talvez tenha feito um bom trabalho, não sei.

Só sei que não entendo ao certo o que estou fazendo aqui. Aqui nesse casamento, sim... Mas especialmente nessa vida.
Parece que o verbo adequado seria "aguentar", mas tenho a leve impressão que não é para isso que fomos criados... sobreviver, tocar o barco, aguentar.


Me arrependo de ter desmentido o que disse naquele telefonema no começo do dezembro...sobre ser feliz, sobre não permitir jamais ninguém se colocar novamente entre mim e minha realização. Era sincero. Eu tinha vivido uma doença, estava me curando.

Eu tinha deixado para trás Joice e seu descaso, nada mais me deteria. hahaha

Corta para 9 de outubro, 34 anos (!!!!),  uma pele de cu, vários quilos a mais , 6 cachorros, dinheiro contado, desamor  e o passado parecendo até rosado daqui. Tinha tudo, tudo...  :(









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