quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Quatro


Tenho plena consciência de q este é um momento muito peculiar em minha vida.
Se arreganham em minha frente impossibilidades infinitas, porém poucos são os momentos em que tenho isso claro em minha mente.
Posso culpar a depressão ou não, mas a verdade é que nunca fui mestra em curtir os momentos...Prefiro sempre me preocupar com 1001 possibilidades que podem ou não acontecer.
Também, com tamanhas responsabilidades (serão afinal TÃO gdes assim, como as vejo?), fica difícil poder explorar  tdo o que gostaria...
Parece um sonho.
Ter recursos e segurança para desenvolver qquer idéia que me surja na mente, até encontrar aquela que mais me agrada, e na qual gostaria de me aprofundar.
Assim, só por capricho e prazer, sem nenhuma outra razão.
Sem ter que pensar em sustentar mãe, pagar as contas de duas casas, ou qquer coisa assim.
Assim poderia descobrir o que realmente quero da vida, já que há  vários e vários anos tenho vivido simplesmente em busca de uma tábua de salvação, sem me preocupar em aprender a nadar.
(eu e as metáforas, sempre)
Acho que uma vez na vida, merecia esta experiência.
Às  vezes penso que vou ficar doida com tanta pressão...Desde sempre.
Desde antes mesmo que eu fosse capaz de sustentar uma casa, já havia pressão  para que eu fizesse isso...
E cresci assim.
E qdo ganhei  o bastante para sustentar uma casa, ganhei um pé na bunda e só...Jamais recebi um telefonema perguntando se eu precisava de algo.
Isso pq este “anjo de candura” era minha tia e madrinha...Mas nem vou entrar nesta questão...Por si só isso já valeria o blog todo e uns 15 anos de análise...Freudiana, aposto.
Terrível para mim (possivelmente por ser despreparada)viver desde então com a faca no pescoço.
Estava bem e ativa, mas e se não estivesse?
Bem, tinha que estar, pique não havia ninguém com quem contar...Nem mesmo com minha mãe podia desabafar,pois seria com certeza uma tapa em sua cara, já que desde que me entendo por gente, ela é banhada de culpa por nunca ter obtido seu sustento próprio.
Via tantas e tantas meninas voando para si, para seus objetivos...Não que eu quisesse esse egoísmo para mim...
Mas...Nem tanto ao céu e nem tanto a terra.Seria bom pensar em mim...
Bom,não pensei, mas o corpo é sábio, e no fim das contas sua vontade sempre impera!
Há qse um ano estou afastada do vôo por uma depressão que começou meio boba mas que em muitos momentos desde então tomou conta da minha vida!
Não planejei nada...Sai, simplesmente...E apesar de estar sendo (bem) remunerada pelo INSS, não faço idéia de como recomeçar minha vida.
Recomeçar, sim, já que voltar a voar não é há muito tempo uma opção para mim...
Simplesmente saí de férias e, chegando o dia de voltar...Até dor de barriga tive.
Fobia da braba.
E aqui estou...
Neste dilema de tentar conciliar  o que quero para minha vida (não voar) com a sobrevivência...
Novamente presa em uma situação por não poder esquecer minhas responsabilidades.
Se não largo o INSS, não posso procurar um emprego, qquer um, ao menos para me sentir útil, já que estar parada há (mtos) meses em casa está me enlouquecendo qse tanto o voo em si.
E se largo o INSS, sei que qquer emprego que arrume não será o bastante para pagar as despesas todas, já que o que ganho lá não é ainda suficiente.
Difícil se livrar de uma depressão com tudo isso nos ombros.
Hje é meu aniversário(5 de agosto).
Ontem passei o dia triste vendo o semblante de minha mãe, deprimida por não poder me comprar um presente,já que suas clientes resolveram sumir.
E o que devia ser motivo de alegria vira motivo de tristeza, pq acabo preocupada com ela...
Mtas vezes parece que sou eu a mãe.
Penso em ter filhos, mas ás vezes penso...Prá quê, se já tenho tantas responsabilidades?
(Vê-se pq não posso discutir coisas assim com minha mãe...)
Sou espírita (ou luto arduamente para ser) e penso que tudo tem um pq, o que me ajuda (mto pouco) a encarar as coisas...Tdo deve ter uma razão p ser.
Tenho certeza de que tenho algo pendente com minha tia (desculpa aê, mas vai ficar para a próxima) e com minha mãe...
E minha mãe, nossa, tem algo muito pendente que está resgatando legal! Tenho certeza que, desta história, é a que mais está resgatando, com tantas doenças, tantas derrotas, tanta servidão (qse)sem revolta...
Enfim...Tudo isso influência em mim, em minha vida.
Sei que mto da situação onde me encontro vem da minha falta de juízo qse total...Sempre pensando no agora e esquecendo o amanhã...
Mas mto vem dessa pressão toda em cima de mim, que me impede de planejar livremente meus caminhos...
Tenho muito medo do que virá...Mas não por mim, pois sou jovem -nem tanto –e posso viver com mto pouco...Posso mesmo.
Mas tenho medo por minha mãe, que já passou por que tudo nessa vida, e que precisa (sabe-se lá por qto tempo) de mim para comer o pão de cada dia...
Eu gostaria mto não de alguém que me sustentasse, mas de alguém que estivesse ao meu lado para me dar um apoio, para não depender só de mim.
(Às vezes me vejo muito fraca, mas às vezes, analisando todo, me sinto mto forte por-ainda-estar nessa vida...Parece todo tão absurdamente sem solução!!!!)
Mas estamos aí.
28 invernos...
Besos.

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