domingo, 24 de julho de 2011

Cento e doze

Nós não somos amigas de infância.Mas fomos muito amigas.
Nos conhecemos, na verdade, no meio da adolescência...16, 17 anos.
Ela estava em um momento puta complicado da vida, tinha mudado de sua cidade natal totalmente contra sua vontade, deixado seus amigos para trás, sua cadela, e tudo mais.
Isso tudo, como não podia deixar de ser no meio de uma adolescência, lhe causava lágrimas e conflitos eternos com sua mãe.
E eu estava lá...

Não desde o início, pq no início desta história toda fiquei amiga de pessoas falsas e imbecis...Mas logo achei minha turma, formávamos o quarteto fantástico...
(Não, é brincadeira, a gente não se chamava por este nome ridículo)
Os meus 3 amigos mega über...Estes que até hoje considero os melhores, e olha q a última vez que vi um deles tem tempo...

E assim, entre namoros doidos e dramáticos, entre o material do Igor "adesivado" na carteira e uma agenda esquecida "super sem querer" na sala (para meu ex namorado achar e "descobrir" que ainda o amava...que idiota!)...
Entre pipoca com mel no apartamento vazio em frente a escola (hoje, com um tico mais de malícia, imagino o que o porteiro deveria imaginar nos vendo subir para aquele apartamento...VAZIO...) e duas loucas gritando "Mulderrrrrrrrrr" e "Scullyyyyyyyyyyyyyy" corredor abaixo (nós duas...No caso... :/  )...
Entre a professora perguntando "Você acha que sou idiota" e ela fazendo cara de "Sim" ( E sendo expulsa da aula...Mas ela era de fato uma professora idiota) e a Professora DOIDA de química enlouquecida tentando fazer a gente entender o número de Mol com saquinhos de feijão (Sem sucesso, coitada...Qual o nome dela? Ah...Chamssi)...
Entre todas estas coisas DOIDAS...

Estávamos juntas...

Ela era meu suporte e vice-versa.
Tinha vários problemas também, e no maior deles, minha mudança de cidade, ela estava lá.
Quando me mudei e depois, quando estava lá.
Não posso mensurar quantas cartas trocamos e o quanto aquelas palavras me mantiveram de pé até que eu me visse capaz de sobreviver naquela nova vida.
E sobrevivi, e voltei, e permanecemos juntas.

E ela mudou de cidade, e voltou, e permanecemos juntas...
(Estar em cidades diferentes era meio que carma. Tem até tempo que ninguém se muda!)

Depois, não me pergunte como nem pq...As coisas ficaram diferentes.
Nóia ou não, passei a notar que já não era a mesma aos olhos dela...
Que ela já não fazia tanta questão de compartilhar comigo todas as coisas.
(E eu que contei cada espirro para ela...hahahahaha. Piada interna.)
E foi doendo.

Até que fiquei sabendo de algo que aconteceu com ela por uma terceira pessoa.
(E um algo tão idiota, tão indigno de estremecer uma amizade como essa que só eu, viu?)
Pode ter sido mal entendido, ou não.
Acredito que ela não teria porque mentir...
Mas enfins.

Tava estremecido, tarde demais, neh?
Tentamos algumas tênues reaproximações, chegamos a conversar algumas vezes...Quando EU chamava por ela.
Era notável que ela não fazia questão mais.
E doía...Como sempre dói quando temos uma relação próxima com alguém e de repente temos apenas a cordialidade fria e polida que não serve para nada.

Daí desisti de conversar.
E foi passando, passando...
Ela entrava e saia do msn ...E eu sempre esperando um oi.
Oi que não vem há meses.


Daí mandei um email.
Algo bobo.
Não lembro o que escrevi, se tinha mais coisa...MAs lembro que girava em torno da frase "Sinto sua falta"...
Assim...
E não porque passo por problemas.
Amiga (e agora falo diretamente para você), problemas sempre tive!
Tenha certeza de que não foi por isso que te escrevi...
(Lá estou eu especulando sobre seus motivos)


Escrevi apenas como um "elogio" ...Apenas para que não pense que passa em branco sua ausência em minha vida...
Não passa.


"Y a mucha honra María la del Barrio soy"
Ainda tenho saudades de nossa amizade.


Muita...


Beijos mil.
Espero que esteja sempre muito feliz!





Fefafofa

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